Quebrando paradigmas

Por Giovanna Orlandi
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Imagem: Freepik
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Quando somos jovens idealizamos um futuro, muitas vezes, irreal para nossas vidas. Que tal parar e avaliar o que foi idealizado lá atrás com o que você tem vivido hoje?

Eu tinha certeza de que seria professora, todas as minhas amigas mais novas tiveram a honra de fazer parte do meu experimento. Eu fazia lições, meu pai tirava xerox pra mim em seu trabalho (revelando a idade), e no dia seguinte tinha todo um plano de aula preparado e provas feitas. Eu amava.

Essa idéia durou até um certo período da minha vida, quando resolvi fazer magistério – cursei apenas um ano. Então, entrei na Faculdade de Pedagogia (estava na dúvida entre artes cênicas, pedagogia e psicologia). No meu primeiro dia de faculdade, assisti  a uma aula de Psicologia da Educação. Meus olhos brilharam.

Eu, que sempre fui indecisa, vi naquela aula a certeza do que eu realmente  queria fazer: PSICOLOGIA.

Lindo, porém, me formei em publicidade. Eu sei. (Acelera a parte que cursei um semestre de pedagogia, depois cinco de psicologia, para finalmente cursar os oito semestres de Publicidade)

Acreditei, até bem pouco tempo atrás, que todos os planos que fiz e refiz na juventude serviram apenas para moldar quem eu sou. E, profissionalmente falando, não foi de grande valia.

Passei por muitas etapas até encontrar o que amo, já fiz de tudo nessa vida e me orgulho de cada passo que dei. Não tenho vergonha de nenhuma profissão que exerci e não me sinto culpada nem por um segundo de ter mudado tanto na escolha da carreira.

Se você se reinventa, tem a oportunidade de ser cada vez melhor. É a soma das suas experiências para a construção de um novo objetivo.

Quando converso com minha filha sobre futuro, carreira e profissões, vejo que ela tem ainda aquele brilho nos olhos de quem acha que basta escolher e tudo dará certo. Gosto de entender o raciocínio de sua jovem mente, então deixo que ela divague dizendo que gostaria de ser atriz, pintora, etc. É bonito demais.

Eu sou incentivadora de seus sonhos e gosto de mostrar que, não importa o que ela escolha, depende apenas dela e de seu empenho para ser bem sucedida. E logo percebo que as lições que dou para ela, servem demais para mim mesma.

E foi em um dessas conversas, que entendi que precisava me dedicar mais a aprender o idioma alemão de uma vez por todas, e então decidi trabalhar. Busquei toda e qualquer oportunidade que aceitasse uma estrangeira com alemão meia boca, mas com muito boa vontade.

Comecei há cerca mais ou menos um mês  a trabalhar em uma cafeteria. Nada de glamour, vida real mesmo! Faço café, lanches, arrumo a vitrine, fico no caixa… e veja a ironia do destino: em uma escola.

Seria um sinal?

Agora que tenho a oportunidade de recomeçar a vida, de até mesmo escolher uma nova profissão enquanto aprendo alemão, o único pensamento constante que tenho é: trabalhe com crianças, trabalhe em uma escola!

É um caminho longo,  que precisa ser pensado e repensado, mas, por que não?

Eu mesma estou derrubando, tijolo por tijolo, a minha teoria de que os planos feitos lá atrás não guiariam meu futuro. A ficha caiu e entendi que é hora de prestar mais atenção aos planos da minha filha.

O futuro é brilhante e espera por ela.

Tschüss!

@alemanhaemfamilia

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