Dia Mundial do Diabetes: entenda os riscos da doença na gestação

O sangue com muita glicose passa da mãe para o bebê pela placenta
Facebook
WhatsApp
Pinterest
Email
Print
Imagem: Canva
Imagem: Canva

Hoje, 14 de novembro, é o Dia Mundial do Diabetes. A data foi criada com o objetivo de conscientizar a sociedade e reforçar a importância da prevenção e tratamento da doença, que atinge 16 milhões de brasileiros, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os números assustam, mas são importantes para avaliar o tamanho do desafio para combater esse problema que é global. E um fator torna a situação ainda mais agravante este ano: a pandemia do novo coronavírus. Isso porque os pacientes tiveram seus hábitos alterados em relação ao padrão de alimentação, monitoramento da doença e prática de exercícios.

Mas, afinal, o que é diabetes?

A doutora Anelize Cardoso Terra, endocrinologista do HSANP, explica que é uma enfermidade crônica que ocorre quando o pâncreas não consegue produzir insulina ou quando o corpo não consegue usar adequadamente a insulina produzida, que é o hormônio responsável por regular a glicose no sangue e garantir energia para o organismo.

O diabetes é um dos desafios de saúde que mais cresce neste século. De acordo a International Diabetes Federation, a estimativa é que, em 2030, 578 milhões de pessoas serão diabéticos. Outro dado alarmante é que mais de 1 milhão de crianças e adolescentes com menos de 20 anos têm diabetes tipo 1.

Existem três tipos principais:

Diabetes tipo 1: é causado por uma reação autoimune no qual o sistema imunológico do corpo ataca as células beta do pâncreas que produzem insulina, fazendo com que as células produtoras do hormônio percam sua capacidade de produção. Geralmente, se manifesta na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também.

Diabetes tipo 2: é o tipo mais comum, que atinge cerca de 90% das pessoas. É caracterizado quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz ou pela produção insuficiente da insulina pelo pâncreas para controlar a taxa de glicemia, fazendo com que o nível de glicose no sangue se mantenha elevado. A enfermidade se manifesta com mais frequência em adultos.

Diabetes gestacional:  de acordo com o médico endocrinologista da Paraná Clínicas, Dr. Caoê Linsingen, é uma condição temporária causada pelo aumento de peso e a ação hormonal da placenta. Além de afetar a mãe, esse tipo pode resultar em má formação do bebê, parto prematuro, crescimento exagerado de órgãos e maior risco de infecção.

Por isso, recomenda-se que todas as grávidas verifiquem, a partir da 24ª semana de gravidez (início do 6º mês), como está a glicose em jejum e, mais importante ainda, a glicemia após estímulo da ingestão de glicose, o chamado teste oral de tolerância à glicose. Além disso, deve ser adotada uma dieta equilibrada e exercícios físicos regulares.

Sintomas

“Os principais sintomas incluem sede ou micção em excesso, fadiga e perda de peso. No tipo 1 também pode ocorrer dor de cabeça, náusea, ritmo cardíaco acelerado, sonolência e fraqueza. Já no tipo 2, o paciente não apresenta sintomas inicialmente, mas é possível identificar por meio de algumas observações como: infecções frequentes, feridas que demoram para cicatrizar, formigamento nos pés, furúnculos e alteração na visão”, explica a doutora.

Fatores de risco

Qualquer pessoa pode desenvolver, contudo, diversos fatores contribuem para o aparecimento dessa enfermidade: histórico familiar, hipertensão, obesidade ou sobrepeso, pré-diabetes, sedentarismo, baixos níveis de colesterol HDL, triglicerídeos elevados, consumo elevado de álcool, doenças renais crônicas, apneia do sono e ovário policístico.

Prevenção

A médica enfatiza que a adoção de medidas para uma vida saudável é a melhor forma e de prevenção. “É importante seguir uma dieta balanceada para ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue, o colesterol, a pressão arterial e o peso, que são fatores de risco. A alimentação saudável aliada à prática de atividades físicas resulta em pressão arterial equilibrada, melhora nos níveis de lipídeos no sangue e na saúde dos vasos sanguíneos”, explica. A médica também alerta que, o consumo de bebida alcóolica deve ser feito de forma moderada e acompanhada por um alimento, pois o consumo isolado pode causar hipoglicemia.

Clique aqui para acessar o Guia da Gestante com Diabetes Gestacional da Sociedade Brasileira de Diabetes.

Artigos relacionados