Mitos e verdades sobre o pré e pós-parto

Especialista esclarece dúvidas comuns destes períodos tão importantes
Facebook
WhatsApp
Pinterest
Email
Print

Gerar uma vida definitivamente não é uma tarefa simples. O corpo da mulher passa por uma série de transformações desde o primeiro momento e elas não param após o nascimento do bebê. Com isso, é comum que as mães de primeira viagem tenham uma série de dúvidas e questionamentos sobre o que está acontecendo e o que virá pela frente.

Para esclarecer algumas dessas questões, convidamos o o ginecologista e obstetra Dr. André de Paula Branco, coordenador do Centro de Especialidades em Saúde da Mulher do Hospital Santa Cruz, para responder um “Mitos e Verdades”.

Toda gestante precisa tomar vitaminas

Mito – O uso de vitaminas ajuda muito no pré-natal e algumas podem faltar no processo de gestação do bebê. No entanto, a reposição depende das necessidades de cada mulher.

Os enjoos só ocorrem no primeiro trimestre

Mito – Os vômitos e as náuseas podem acontecer durante toda a gestação, porém são mais comuns no primeiro trimestre por conta de algumas alterações hormonais, em especial do HCG. A tendência é diminuir após a 12ª ou 14ª semana, mas no final da gravidez muitas mulheres sentem náuseas e vômitos por outros motivos, como o refluxo por conta tamanho do útero que passa a comprimir o estômago.

Grávidas têm mais cáries.

Mito – Não há nenhum estudo que comprove o aparecimento de mais cáries durante a gravidez.

Grávidas têm mais chances de desenvolver hemorroidas?

Verdade – Durante a gestação, o útero cresce e comprime os vasos sanguíneos da região pélvica. Isso dificulta a circulação do sangue e favorece a dilatação dos vasos, podendo causar as varizes que dão origem às hemorroidas.

Grávidas podem ter prisão de ventre.

Verdade – O processo de digestão se torna mais lento durante a gravidez e há uma tendência de constipação intestinal. Dependendo do caso, o médico pode receitar alguns medicamentos que ajudam na digestão, tanto durante a gravidez como no pós-parto.

O formato da barriga implica ou traz riscos para a gravidez.

Mito – O formato ou altura da barriga são subjetivos. Não é possível supor um diagnóstico apenas olhando as características da barriga da paciente.

Grávida não pode pintar os cabelos.

Verdade – Há muitos produtos que possuem componentes de risco e elementos tóxicos para a gravidez e para a formação do bebê. É imprescindível que a gestante converse com o seu obstetra sobre fazer a tintura no cabelo, pois deve haver consenso entre o médico e a paciente.

É obrigatório usar cinta no pós-parto.

Mito – A cinta pode ser um instrumento de apoio para algumas mulheres por uma questão de adaptação. Algumas pacientes se sentem mais seguras com a cinta, por dar sustentação e diminuir a sensação de desconforto pós-cirúrgico, geralmente no caso das cesarianas.

É normal sangrar após o parto normal.

Verdade – O sangramento é natural nos primeiros dias do pós-parto, mas vai diminuindo ao longo do tempo. Isso ocorre porque há uma perda sanguínea em virtude da saída da placenta e do útero. A perda de sangue é controlada por fatores musculares e hormonais, impedindo que haja um sangramento exagerado.

A mulher pode engravidar novamente amamentando.

Verdade – É mais difícil a mulher engravidar enquanto amamenta devido aos níveis elevados do hormônio prolactina, que proporciona a lactação. No entanto, não é confiável acreditar que a gravidez não vai ocorrer, porque a amamentação pode durar meses e os níveis de hormônios são variáveis. Nesse caso, se a paciente não deseja engravidar novamente, é preciso utilizar métodos preventivos.

É normal sentir dor nas primeiras relações sexuais após o nascimento.

Verdade – O corpo da mulher está em recuperação nos primeiros 40 dias após o nascimento do bebê. Por isso, há desconforto nas primeiras relações sexuais, principalmente neste período inicial. Não é proibido, mas desaconselhado. Se dois ou três meses após o parto a dor ou desconforto permanecer, é necessário investigar.

Artigos relacionados