Já imaginou o que aconteceria se todas as grandes construções ou criações da humanidade fossem feitas sem planejamento? Já imaginou construir um prédio sem antes fazer uma planta, definir local, materiais, equipe…? Ou desenvolver uma vacina sem antes estudar o vírus?
E se tudo precisa de um planejamento, um passo a passo para se concretizar, por qual motivo seria diferente com os nossos objetivos pessoais? Em seu artigo “Resoluções de Ano Novo”, publicado no site da revista Mente e Cérebro, a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, afirma que: “Sem desejo não há objetivo; sem meta não há plano; e sem um plano só se chega ao objetivo por acaso, se tanto”. No texto, ela explica os mecanismos do cérebro e reforça que “Tomar resoluções de ano novo ou de segunda-feira é fácil; basta um desejo. Transformá-las em realidade, contudo, exige estabelecer claramente uma meta (…) e tecer estratégias para chegar lá”.
Roda da Vida
Quanta gente finaliza o ano com uma promoção no trabalho, mas está infeliz? Ou com um novo namorado, mas sentindo que algo está faltando? Isso se chama desequilíbrio. Há alguns anos participei de um curso de Leader Trainning e fiz a formação de coach, que abriram a minha mente para algumas lacunas que deixamos em nossas vidas.
Por isso, antes de sair fazendo listas e promessas, sugiro que você faça o exercício da Roda da Vida (imagem ao lado), que divide a vida em quatro principais dimensões: Pessoal, Profissional, Qualidade de Vida e Relacionamentos. Essa ferramenta é importante para apontar quais as áreas que precisam de foco. Clique aqui para baixar o arquivo.
Dentro de cada uma das dimensões, você encontra três subdivisões. E para entender qual delas precisa mais da sua atenção, basta dar uma nota de 0 a 10. Para visualizar melhor, o ideal é pintar as subdivisões de acordo com a nota que foi dada (imagem ao lado). Ou seja, se você acredita que o seu “Equilíbrio Emocional”, no momento, tem nota 5, você deve pintar os espaços dessa subdivisão do centro da Roda até o número cinco e assim sucessivamente.
Ao analisar a sua Roda da Vida, você vai conseguir definir quais as áreas merecem foco. E a partir daí, você pode começar a definir os seus objetivos de forma estruturada.
Definição de objetivos
A decisão de colocar os objetivos no papel é o primeiro passo para a mudança. É a melhor forma de mapeá-los e dar continuidade ao que temos na mente (e no coração). Do contrário, todas os sonhos tendem a ficar perdidos na cabeça e são esquecidos com o tempo.
Comece a definição de objetivos por duas questões simples:
· Seu objetivo exige esforço? – Lembre-se de não colocar algo muito simples que não exija esforço. É importante que você tenha motivação.
· É condizente com a realidade? – Não adianta querer dar o “passo maior que a perna” e se frustrar!
E como cada objetivo já pressupõe uma lista de metas, cuidado para não estabelecer mais do que você poderá dar conta.
Estruture as suas metas
Pense em quais os objetivos que deseja alcançar (em qualquer uma das subdivisões mencionadas anteriormente), pegue papel e caneta e siga as etapas abaixo:
· Estabeleça uma meta SMART: a meta deve ser específica, alcançável, mensurável, relevante e temporal. Ou seja, ao invés de escrever “viajar para NY” ou “tirar férias”, escreva “viajar para NY no dia xxx do mês xxx de 2021”.
· Caminho: liste o passo a passo para alcançará essa meta (Ex: economizar R$XX por mês; fazer X horas extras no trabalho por semana; fazer contato com a agência de viagem no mês xxxx, tirar o visto etc.)
· Visual: ao colocar no papel, faça a sua meta bastante visual e atrativa. Crie lembretes na agenda, no celular, baixe aplicativos relacionados ao seu projeto.
· Motivação: crie formas de se motivar. Pode ser uma lista de músicas que faça lembrar do compromisso com você mesma, textos, imagens no computador ou celular. Essa é uma forma menos “rígida” de revisitar a sua meta de tempos em tempos e verificar se ela está sendo cumprida.
Autoconfiança
Muitas vezes os objetivos propostos são grandiosos e falta autoconfiança para seguir em frente. Para isso, é interessante lembrar das pequenas vitórias. Existe uma técnica interessante que é estabelecer uma meta exequível de curto prazo e atingi-la. Por exemplo: ir duas vezes por semana na academia na próxima semana ou ler um livro nos próximos vinte dias.
Mesmo que a meta alcançada seja pequena, o seu cérebro registrará essa vitória. Aos poucos você vai aumentando as metas e conquistando autoconfiança para, enfim, tomar a decisão da mudança para o grande objetivo. Basta realizar tudo passo a passo.
“Repromessa”
Você se lembra de algum item da sua lista de 2020 que não foi realizado e ficou para este ano? Qual foi a sua sensação? Aproveite para refletir sobre o motivo e evite colocar-se no “papel de vítima”, culpando outras pessoas ou a situação do país, por exemplo.
Aprender com as promessas não realizadas é uma forma de repensar atitudes e estabelecer mudanças. Para isso é importante ser sincera com você mesma para entender o que precisa ser mudado para a concretização das metas este ano.
Se necessário, peça ajuda de algum amigo ou familiar com uma “visão de fora” ou, até mesmo, um profissional especializado. Eles podem enxergar situações e comportamentos que você, muitas vezes, não é capaz de perceber.
Não vire escravo da sua lista
Viver em função de uma lista pode ser maçante e extremamente estressante. Ter objetivos não pode ser algo tortuoso, pois assim ficará mais difícil a sua concretização. Muitas vezes, o que importa é a caminhada e não a parada final. Por isso, valorize todo o aprendizado.
*Coluna adaptada do meu artigo escrito no Linkedin.