Num dia você é jovem, casa, tem filho e acha que seu filho crescerá num longo período de tempo. De repente, este longo período ganha nova dimensão, novo significado, mas você, não tem o tempo interno necessário para se atualizar.
Dúvida, tropeça, nega, finge, omite de si mesma, mas o primeiro rolê é marcado; e acontece.
Você se dispõe ser “a mãe da vez”, afinal de contas, quer ver e comprovar se aquilo é mesmo real.
E contata: é!
A casa cai. O chão se abre. Você se sente desamparada.
É estranho. Eu achei.
A gente tenta processar, agir com naturalidade, mas a sensação é nítida: “eu buguei”.
Eles crescem. E muito mais rápido do que desejamos.
O tal “temos que criar nosso filho para o mundo” começa pressionar, colocar na parede, e de novo, somos obrigadas a nos reeditar.
Passou o primeiro rolê, o segundo, o terceiro, e você acha que se adaptará, afinal de contas, já passou por este caminho… e quando você espera se adaptar, vem o primeiro convite de viagem com o amigo…
(Pausa pra respirar).
Não. Não é aquele amiguinho da infância que você conhece inclusive as manias… é o amigo da nova fase. Difícil, viu!
Claro que cuidadosamente seguimos com nossas orientações e checagens internas, mas…
O tempo de novo nos engole.
Mãe de adolescente não para de se atualizar. É “coisa grande”! Rs – na verdade, coisa demais.
No pacote, atenção, concentração, oscilação, bagunça, desordem, excesso, falta, choro, gargalhada, acerto e erro… coisa demais.
Neste compasso seguimos, desvendando cada dia conjuntamente.
Ele nunca foi adolescente. Eu nunca fui mãe de adolescente. Tudo acontecendo em tempo real. Nós, aprendendo juntos.
O combustível chama-se amor.
Fase diferente.
É bonita.
É feia.
É leve.
É pesada.
É doce.
É amarga.
É amorosa.
É explosiva.
É beijo.
E olhar raivoso.
É coisa demais!
Vivendo. Aprendendo. Desvendando. Saboreando. Regorgitando.
Tudo junto e bem misturadinho. Eles com o grupo, nós, neles.
É coisa demais.