A adolescência acontece

Por Renata Meletti
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Imgem: Canva
Imgem: Canva

Num dia você é jovem, casa, tem filho e acha que seu filho crescerá num longo período de tempo. De repente, este longo período ganha nova dimensão, novo significado, mas você, não tem o tempo interno necessário para se atualizar.

Dúvida, tropeça, nega, finge, omite de si mesma, mas o primeiro rolê é marcado; e acontece.

Você se dispõe ser “a mãe da vez”, afinal de contas, quer ver e comprovar se aquilo é mesmo real.

E contata: é!

A casa cai. O chão se abre. Você se sente desamparada.

É estranho. Eu achei.

A gente tenta processar, agir com naturalidade, mas a sensação é nítida: “eu buguei”.

Eles crescem. E muito mais rápido do que desejamos.

O tal “temos que criar nosso filho para o mundo” começa pressionar, colocar na parede, e de novo, somos obrigadas a nos reeditar.

Passou o primeiro rolê, o segundo, o terceiro, e você acha que se adaptará, afinal de contas, já passou por este caminho… e quando você espera se adaptar, vem o primeiro convite de viagem com o amigo…

(Pausa pra respirar).

Não. Não é aquele amiguinho da infância que você conhece inclusive as manias… é o amigo da nova fase. Difícil, viu!

Claro que cuidadosamente seguimos com nossas orientações e checagens internas, mas…

O tempo de novo nos engole.

Mãe de adolescente não para de se atualizar. É “coisa grande”! Rs – na verdade, coisa demais.

No pacote, atenção, concentração, oscilação, bagunça, desordem, excesso, falta, choro, gargalhada, acerto e erro… coisa demais.

Neste compasso seguimos, desvendando cada dia conjuntamente.

Ele nunca foi adolescente. Eu nunca fui mãe de adolescente. Tudo acontecendo em tempo real. Nós, aprendendo juntos.

O combustível chama-se amor.

Fase diferente.

É bonita.

É feia.

É leve.

É pesada.

É doce.

É amarga.

É amorosa.

É explosiva.

É beijo.

E olhar raivoso.

É coisa demais!

Vivendo. Aprendendo. Desvendando. Saboreando. Regorgitando.

Tudo junto e bem misturadinho. Eles com o grupo, nós, neles.

É coisa demais.

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