Saiba como estimular bebês e crianças a colaborarem

Kinedu dá dicas para crianças a partir de um ano
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Imagem: Canva
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Espírito colaborativo não é inerente, não se nasce colaborativo. Se para nós adultos, muitas vezes, é difícil colaborar com outras pessoas, imagine para os bebês e crianças!

 

Colaborar significa que duas ou mais pessoas trabalham em equipe para alcançar um objetivo em comum, cada uma desempenha um papel individual durante o processo e, no final, a recompensa é compartilhada entre elas. “A colaboração requer habilidades cognitivas e sociais muito avançadas, que permitem às crianças entenderem que, quando elas concordam em fazer alguma coisa, existe uma expectativa cultural de que elas cumprirão a sua palavra”, enfatiza Nathalia Pontes, psicopedagoga, mestre em educação e gerente de produto do Kinedu Brasil. Por exemplo, se uma outra criança pergunta ao seu filho “vamos fazer uma torre?” e ele diz que sim, então ele aceita que vai colaborar e cria um combinado entre as duas crianças.

 

De acordo com Nathalia, é muito comum que os pais sejam surpreendidos com a sagacidade dos pequenos acerca das abordagens sobre as situações que desejamos introduzir. “Claro que este é um processo gradual e dependerá do estágio de desenvolvimento de cada criança”, completa a psicopedagoga: “muitos estudos já comprovaram que a colaboração ocorre em diferentes fases da primeira infância“. Veja, a seguir, algumas orientações para a melhor abordagem com cada faixa etária.

 

Crianças de um ano
Embora os bebês com até seis meses de idade possam demonstrar interesse por outros bebês, nessa fase eles geralmente não interagem uns com os outros. Às vezes, eles podem cooperar com adultos em brincadeiras simples e até mesmo entender as intenções e os objetivos de outras pessoas ao ler o comportamento delas. No entanto, isso não é suficiente para assimilar seus propósitos com os de um parceiro e trabalhar em equipe para alcançar um objetivo em comum. Portanto, a atividade coordenada entre dois bebês será muito rara e, se ocorrer, será uma coincidência, e não um ato colaborativo, pois eles ainda não são capazes de levar em conta as ações do outro, mesmo que sirvam para alcançar seus objetivos.

 

Crianças de dois anos
Nessa fase, as crianças começam a interagir mais com seus semelhantes e a expandir seu mundo social. Portanto, elas melhoram suas habilidades sociais e são capazes de deduzir as intenções de outras pessoas com base em seus comportamentos ou em sinais mais sutis. Além disso, elas começam a imitar os outros enquanto brincam. Portanto, nessa idade, as crianças sabem colaborar melhor para estabelecer objetivos em comum. Assim, pouco a pouco, elas adquirem as habilidades necessárias para cooperar ativamente e atingir um objetivo, graças a levar em conta as ações de outras crianças e adaptá-las usando técnicas de observação, agindo de forma oportuna e sequenciada. Ao contrário de crianças de um ano, as crianças de dois anos já veem seus colegas como parceiros com quem cooperar. No entanto, essa colaboração pode resultar do fato de ambas crianças terem o mesmo objetivo, sem perceber que seu companheiro tem a mesma intenção. Ou seja, uma criança entende que, para atingir seu objetivo, seu parceiro deve fazer algo específico, mas não entenderá que ambos têm o mesmo propósito em mente.

 

Crianças com três anos ou mais
Nessa fase, as crianças tendem a levar mais em conta as necessidades e desejos dos outros e a se concentrar mais nos outros quando falam, por exemplo, dizendo ou pedindo a seu colega que faça algo. Portanto, seu comportamento cooperativo será mais sensível e será influenciado por seus colegas. Agora, as crianças entendem o que é um compromisso e isso gera uma responsabilidade de colaborar com o outro. Isso pode ser visto em várias situações, como por exemplo: se uma criança recebe uma recompensa maior, seu colega insistirá para receber a mesma recompensa, ou então a criança que recebeu mais compartilhará com seu amigo; ou se uma criança aceita mais do que merece, a outra vai reclamar e talvez fazer com que o colega ceda. Além disso, crianças de três anos perceberão que, se não quiserem cumprir sua parte no trato, devem pedir permissão ou pedir desculpas (isso será refletido em frases como “não quero mais fazer isso” ou ” vamos fazer outra coisa!”). As crianças podem reagir de maneiras diferentes à desistência do colega. Por um lado, elas podem protestar quando percebem que foi intencional; e, por outro lado, podem ensinar seu colega se não tiverem certeza de que ele compreende qual era seu papel. Portanto, nessa idade, as crianças demonstram várias habilidades cognitivas que lhes permitem distinguir as intenções dos outros e diferenciar entre uma criança que sabe o que faz e outra que não sabe.

 

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