Quem tem amigos tem tudo

Por Silvia Regina Angerami
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amigos
Imagem: Canva

Nesse cenário de pandemia e isolamento social, estou fechada em um apartamento desde março de 2020, onde moro com a minha mãe de 84 anos. Só saio de casa em casos de extrema necessidade. Mas a falta de contato com a natureza estava me matando… Comecei a sentir uma vontade enorme de ver a natureza e, quem sabe… o mar!

Mas não havia no horizonte nenhuma possibilidade de sair. Até que uma amiga querida não me convidou, ela praticamente me intimou a passar uns dias em um apartamento dela na praia! Eu hesitei, tentei “escapar”, mas acabei cedendo. Arrumei as malas e fui com a minha mãe para lá.

A praia é daquelas cercadas pela Mata Atlântica…. areia, árvores, gramados, mar…. Como eu estava precisando desse contato com a natureza! Além disso, a gente mal cruzava com outras pessoas, ou seja, segurança absoluta, do mesmo jeitinho que a minha amiga havia falado.

Sentada ali na praia, observando as ondas quebrarem na areia, tive essa certeza, que você pode chamar de epifania: quem tem amigos tem tudo. Até uma casa na praia!

Viver o presente

Passar esses dias na praia foi um verdadeiro presente. Esses presentes que a Vida nos dá. E o que eu faço nessas situações? Agradeço, agradeço e agradeço.

Desse jeito, o Universo me apresenta mais possibilidades e mais presentes. Outro desses presentes, ganhei faz mais ou menos uns dois meses, quando comecei a praticar a meditação mindfulness, com a minha querida mestra Fernanda Tonon, outra amiga que a Vida me deu. Desde então, muita coisa mudou. Aprendo a viver o presente e a dominar aquela ansiedade que adora nos atacar. Consigo meditar 11 minutos, todos os dias. Talvez amanhã eu aumente o tempo para 12 minutos.

E começo a refletir: quem tem amigos tem tudo mesmo. Todo o trabalho que eu faço hoje, com os livros, tem como base os meus amigos, que conquistei ao longo dos anos, nos inúmeros empregos por onde andei. Sempre fui meio revoltadinha com o Destino, por não me deixar ficar longos anos no mesmo emprego, assim como meu pai, que trabalhou a vida toda em uma única empresa.

— Por que não consigo ficar quieta em um lugar, meu Deus?

O máximo de tempo que consegui ficar em um emprego foram três anos. Ou eu saía ou “era saída”. Mas esses tombos que levei foram muito importantes para que eu pudesse chegar aqui onde estou hoje, fazendo o que eu amo, em sintonia com o meu presente, de bem comigo e com a Vida, aceitando e reconhecendo que as minhas amizades são o bem mais precioso (a família também, é claro, antes que você me julgue, rsrs).

Mas fiquei pensando… Esta coluna aqui, por exemplo, foi outro presente, que ganhei de uma amiga que conheci em um desses empregos do passado. No dia em que escrevo esta coluna, fiz uma lista com todos os autores que passaram pela minha editora, desde que ela foi criada, em 2009: foram 199 nomes. Cada nome, uma pessoa. Cada pessoa, uma história. E o que eu faço? Agradeço, agradeço, agradeço.

Quem tem amigos tem casa na praia, tem trabalho, companhia, atenção… Histórias para contar. Cultive seus amigos você também, sem pensar em obter nada em troca. Quando você menos esperar, vai começar a receber os Presentes que a Vida está preparando para te dar. Por intermédio deles. Por isso, minha dica é: comece a agradecer desde já. Dá certo.

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