Exames genéticos auxiliam no rastreamento do câncer infantil

A medicina de precisão ajuda na escolha da melhor terapia, fornecendo tratamento preditivo e individualizado
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Imagem: Freepik
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Receber o diagnóstico do câncer infantil assusta pais e familiares, mas o tratamento, quando iniciado de forma precoce, influencia positivamente nas chances de cura. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que, apenas em 2022, cerca de 8.460 novos casos de câncer infanto-juvenis foram diagnosticados no Brasil. A cura e o aumento de sobrevida das crianças estão intimamente relacionados aos avanços da medicina nos últimos 30-40 anos, e no Dia Internacional da Luta Contra o Câncer na Infância, celebrado em 15 de fevereiro, cabe destacar a importância da medicina de precisão na melhora da individualização do diagnóstico e tratamento.

“A personalização do tratamento é uma das principais recomendações para o combate à doença, principalmente quando se trata de quadros mais raros e mais agressivos. Nesses casos, é preciso analisar os antecedentes pessoais do paciente e o histórico familiar em busca de possíveis patologias que podem predispor geneticamente o paciente ao desenvolvimento de câncer”, diz a Dra. Ana Claudia Carramaschi Villela Soares, hematologista pediátrica da Dasa Genômica, braço genômico da Dasa, a maior rede de saúde integrada do Brasil. “Cada indivíduo é único e os testes genéticos auxiliam na indicação do melhor tratamento para cada paciente”, complementa a especialista.

A medicina de precisão é capaz de identificar as características genéticas de cada tumor, fazendo com que um mesmo tipo de câncer tenha características específicas, a depender do organismo. “Pode acontecer de existir o mesmo tumor, no mesmo local, e a terapia escolhida ser totalmente diferente, porque as condições genéticas são outras”, comenta.
Tal realidade faz com que os exames genéticos façam parte do estadiamento, ou seja, processo para determinar a localização e a extensão do câncer presente no corpo de uma pessoa. “O diagnóstico individualizado pode indicar um tratamento mais preciso. Com ele em mãos, o médico ou médica consegue direcionar a melhor terapia para o paciente, indicando terapia alvo-específicas aumentando as chances de cura”, diz a Dra. Ana Claudia.

Sinais de alerta
Podem ser considerados:
– Aumento de volume abdominal;
– Alterações neurológicas, manchas no corpo e dor em membros;
– Palidez, hematomas ou sangramento, dor nos ossos;
– Caroços, especialmente se indolores e sem febre ou outros sinais de infecção;
– Perda de peso inexplicada ou febre, tosse persistente ou falta de ar, sudorese noturna;
– Alterações oculares – pupila branca, estrabismo de início recente, perda visual, hematomas ou inchaço ao redor dos olhos;
– Dores de cabeça, vômitos;
– Fadiga, letargia ou mudanças no comportamento, como isolamento.

“Devemos sempre, como pais e cuidadores, estarmos atentos as crianças. Alguns sintomas, que estão presentes em doenças comuns da infância, quando persistentes podem ser um sintoma inicial do câncer infantil. E nesses casos a avaliação médica do pediatra é fundamental, para o encaminhamento ao especialista o mais rápido possível”, finaliza Dra. Ana Claudia.

Novidade em genética para tumores cerebrais
A Dasa Genômica acaba de trazer ao Brasil o teste MethylBrain, uma ferramenta poderosa no auxílio ao diagnóstico dos tumores cerebrais, possibilitando sua classificação de forma mais precisa, refinada e capaz de fornecer informações muito importantes para auxiliar nas decisões de tratamento e seguimento desses pacientes.

“Trata-se de um ensaio molecular que indica o padrão de metilação do tumor de cada paciente testado. Com esses dados, o algoritmo irá auxiliar na indicação do diagnóstico mais provável daquela neoplasia, além de proporcionar uma predição sobre o estado de metilação da região promotora do gene MGMT, um parâmetro importante para avaliar a sensibilidade dos tumores cerebrais a uma droga muito usada em neuro-oncologia, a temozolamida”, afirma Dr. Cristovam Scapulatempo Neto, diretor médico de patologia e genômica da Dasa.

Além disso, outros dados moleculares podem ser inferidos a partir dos dados obtidos. Estas variáveis são fundamentais para o diagnóstico e graduação de determinados tumores. “Por meio da interpretação conjunta de todos os dados clínicos, da tradução de imagem, das características morfológicas do tumor ao microscópio, além dos resultados de outros exames moleculares, é possível a realização de um diagnóstico integrado para tumores do sistema nervoso central”, completa o especialista.

Este processo envolve médicos patologistas, biólogos moleculares, neuro-oncologistas, oncopediatras, neurocirurgiões e outros profissionais envolvidos na cadeia de cuidado do paciente neuro-oncológico. Este teste também pode ser utilizado para a classificação de tumores sinonasais e sarcomas.

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