Brasileiras engravidam cada vez mais tarde

Especialista alerta para os riscos associados à gravidez tardia
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Imagem: Canva

As mulheres brasileiras estão engravidando cada vez mais tarde. Segundo levantamento recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, mais de um terço das crianças nasceram de mães com 30 anos ou mais. No entanto, é importante ficar de olho no relógio biológico e nos sinais do corpo, já que a gravidez tardia pode representar alguns riscos.

“A escolha por engravidar mais tarde acontece por diversos motivos, como foco maior na carreira e planejamento familiar”, comenta Cláudia Navarro, especialista em Reprodução Assistida e diretora clínica da Life Search. “Porém, a capacidade reprodutiva feminina não acompanha a modernidade e diminui de forma considerável ao se aproximar dos 35 anos”.

Saúde dos óvulos

Depois dos 35 anos, a qualidade dos óvulos cai e a possibilidade de aparecer anomalias cromossômicas aumenta, assim como o risco de aborto. Nesses casos, a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida sugere que seja avaliada a necessidade do diagnóstico genético de embriões, que irá ajudar a diminuir os riscos de má-formação em filhos de mulheres mais velhas.

“A qualidade dos óvulos influencia muito na formação do embrião. Quando a mulher opta pela Reprodução Assistida, ela tem essa opção de fazer o teste genético”, explica a especialista.

Diagnóstico genético de embriões

A técnica é trabalhada por meio da fertilização in vitro. Após a fertilização, é feita uma biópsia embrionária e um exame de células coletadas por meio dessa biópsia. Esse exame permite um mapeamento cromossômico, que vai analisar a saúde dos embriões.

De acordo com a especialista, o exame identifica os embriões com alterações cromossômicas e apenas aqueles sem alterações são selecionados para serem transferidos para o útero da mãe. Os Testes Genéticos Pré-Implantacionais, atualmente chamados de PGT-A (Pre gestacional testing for Aneuploidia) e PGT-M (Pre gestacional testing for monossomia), têm o objetivo de prevenir doenças genéticas, anomalias cromossômicas e abortos.

Indicação

O PGT-M (Pre gestacional testing for monossomia) é indicado quando existe o risco de transmissão de determinada doença genética e, nesse caso, as células embrionárias são estudadas por meio de uma sonda específica para aquela doença. Já no PGT-A, é feita a análise simultânea dos 24 pares de cromossomos (22 pares de cromossomos autossômicos e dois cromossomos sexuais, X e Y) para avaliar alterações cromossômicas.

“Vale lembrar que ainda não existe um consenso na literatura de que a realização de PGT-A em todas as pacientes seja capaz de melhorar as taxas de crianças nascidas vivas. Cada caso deve ser avaliado individualmente para ver se há indicação para realização do procedimento”, orienta Cláudia Navarro.

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