A chegada de um bebê é sempre motivo de muita alegria. No entanto, é preciso se preparar quando já há um filho na família. Ainda que pareça algo natural, nem sempre o primogênito consegue lidar com o fato de não ser mais o único amor dos pais.
De acordo com a pediatra Dra. Andressa Tannure, a chegada de um irmãozinho pode causar insegurança, medo e ciúmes. “É comum que a criança entre 2 e 6 anos, que passe por essa situação, tente chamar a atenção dos pais. Ela pode começar a ter reações agressivas em relação ao bebê, ficar desobediente, ter episódios de choro sem motivo várias vezes ao dia, fazer birras ou até mesmo regredir em alguns comportamentos”, explica.
O nascimento de um irmãozinho pode parecer, para o primogênito, uma ameaça e a perda do amor e do carinho dos pais. Isso porque ele estava acostumado a ser o centro das atenções e a ter a família toda mobilizada para suas brincadeiras e gracinhas.
O que fazer para amenizar essa situação?
- Envolva na gravidez: deixe que o mais velho faça parte deste momento especial e se sinta importante pelo seu novo papel. Deixe que ajude a escolher a decoração do quarto, as roupinhas e até o nome do bebê. Essa interação ajudará a diminuir o impacto da chegada do novo membro.
- Dê atenção: não espere a criança ter comportamentos inadequados para prestar atenção nela. Por mais que muitas vezes seja cansativo, separe um tempo só para o filho mais velho, mesmo que seja pouco. Esse tempo será muito valorizado.
- Estimule a participação: peça ajuda para cuidar do bebê. Ele pode pegar a fralda na gaveta, limpar a boquinha do irmãozinho e até escolher a roupinha que o irmão vai usar.
- Elogie: mais do que nunca é hora de elogiar os bons comportamentos. Abrace-o e mostre alegria pelas demonstrações de carinho com o irmão mais novo.
- Mostre recordações: mostre fotos dele quando também era bebê e explique que na época ele também precisava muito de você. Diga o quanto o irmãozinho é sortudo por tê-lo por perto neste momento para ajudar e ensinar tudo o que já aprendeu.
- Converse: abra espaço para que ele possa falar como está se sentindo.
“Quem já passou por isso, sabe que não é uma tarefa simples. No entanto, cabe aos pais ajudar a lidar com esse sentimento tão desafiador. Deve ser criado um ambiente de cumplicidade, diálogo e aconchego, em que a criança possa aceitar e receber a novidade com a segurança de que continuará sendo amada como sempre foi”, reforça Andressa Tannure.