O processo de uma gravidez não inclui somente a fecundação, mas uma série de fatores, entre eles, a nidação. Muitas tentantes, após meses ou anos de frustração, se deparam com a realidade de ter que conhecer a fundo todo o caminho que leva a uma gravidez. A nidação é uma dessas partes importantes envolvidas no processo para a realização do sonho, mas não tão conhecida por todas as pacientes.
“Desde muito cedo, aprendemos que, para engravidar, o óvulo precisa ser fecundado pelo espermatozoide. Mas, para muitas mulheres que enfrentam a infertilidade, o processo, aparentemente simples, esconde algumas barreiras e até mistérios que dificultam o resultado positivo”, comenta a especialista em Reprodução Assistida e diretora clínica da Life Search, Cláudia Navarro.
Fecundação
Antes de entender o que é nidação, é preciso relembrar os caminhos de uma fecundação. A mulher em idade fértil geralmente tem um ciclo menstrual de aproximadamente 28 dias, que se inicia no primeiro dia da menstruação. O período menstrual é a fase em que o endométrio (parede uterina) descama. Após essa etapa, o organismo caminha para a fase que irá culminar na ovulação. Por volta do 14° dia do ciclo, o óvulo é liberado pelo folículo e a tuba uterina irá captá-lo. Nesse local, o espermatozoide deverá encontrar o óvulo para acontecer a fecundação.
Processo de nidação
Na fase de ovulação, o corpo vai se preparando para abrigar os gametas que se uniram na trompa. “Em outras palavras, por ação hormonal, a parede uterina vai ganhando espessura e condições ideais e, então, o óvulo fecundado se desloca para a cavidade uterina, onde deverá se fixar no endométrio”, explica a médica. Esse é o processo de nidação, também chamado de implantação. “Ainda que a fecundação seja primordial, a gestação só começa, efetivamente, quando ocorre essa fixação”, pondera Cláudia Navarro. Ou seja, a confirmação da gravidez se dá quando o óvulo fecundado está fixo no útero.
Características da nidação
Segundo a especialista, em situações normais, depois que o óvulo é fecundado, o processo de nidação ou implantação na cavidade uterina leva, em média, sete dias ou, em certos casos, até 10 dias. Ao longo do período algumas mulheres podem apresentar pequenos sangramentos e cólicas. “Mas esse sintoma não acontece com todas, então, não é indicado que as pacientes esperem por esse sinal especificamente”.
Dificuldade de fixação após fecundação
Algumas tentantes conseguem ter sucesso na fecundação, mas enfrentam dificuldades exatamente na fixação do embrião. De acordo com a médica, as causas que impedem a nidação são diversas, como alterações hormonais ou endometriose. No entanto, apenas o médico especialista em reprodução humana será capaz de identificar a causa e avaliar as possíveis soluções.
“Vale ressaltar que nem sempre é possível determinar o fator que impede a nidação, ou a própria infertilidade, seja da mulher ou do parceiro, ou de ambos. Ainda assim, existem técnicas da medicina reprodutiva que podem ser usadas”.
Nidação na reprodução assistida
Nos casos das pacientes que precisam recorrer à reprodução assistida para engravidar, o processo de nidação continua igualmente importante. Das técnicas mais simples às mais complexas, a implantação é o que irá determinar o começo da gravidez. “Cabe ao especialista em reprodução humana traçar o melhor plano para cada paciente, levando em conta as particularidades do caso e a aplicação de exames”, finaliza Cláudia Navarro.