Nossos filhos: nossos guias na jornada do autoconhecimento 

Por Luciana Santos Tardioli
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Imagem: Freepik
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Quando nossos filhos são bem pequeninos, nossos cuidados voltados a eles estão no sentido de atender às suas necessidades que lhe garantirão sua sobrevivência:  compreender seu choro de fome, cólica, sono e frio, entre outros.

Costumamos voltar nossos olhares totalmente a eles. Esquecemos, muitas vezes, das nossas demandas básicas, inclusive, como fome, hábitos de higiene (escovar os dentes ou tomar banho!) e o sono então, nem se fala.

Com o passar do tempo, os desafios, digamos, “biológicos” vão se acomodando. Cedem espaço aos desafios psicológicos. E esses são, de longe, muito mais complexos do que compreender como acalmar uma cólica.

Nossa relação com nossos filhos descortina nossas almas. Eles são como nossos espelhos, mas espelhos com poderes mágicos muito mais intensos do que os da madrasta da Branca de Neve, que mostrava quem era a mais bela do reino. 

O espelho mostra o bonito e o feio em nós. A luz e as trevas. A dor, mágoa, rancor, raiva, feridas. Também mostra o amor, a resiliência, a entrega, a generosidade.

Compreendo essa relação tão profunda e única que estabelecemos com nossos filhos como uma oportunidade de autodescobrimento e de auto-redenção.

Revisitamos, mesmo que não desejemos, nossas relações com nossos pais, nossa infância. Voltamos a ser crianças no olhar da nossa criança. Sentimentos adormecidos – bons e não tão bons – ressurgem do baú. Reações que não esperávamos tomam conta de nós e muitas vezes elas não são nada agradáveis, nem para nós e muito menos para nossos filhos.

O que fazer quando este portal entre as duas dimensões – presente e passado – se abre é uma escolha de cada um de nós. Podemos tentar fechá-lo à força, mas te garanto que vai doer mais. Você terá a ilusão de que fechou, mas ele sempre estará aberto. E se não olhado, pode se agigantar e te dominar de um jeito que você não gostaria.

Que tal pegar nas mãos do seu filho e adentrar neste novo mundo? Deixar que seu filho guie sua criança interior e ambos ressignifiquem vivências passadas e o seu olhar sobre o mundo?

É uma jornada cheia de aventuras, medos e recompensas como a Doroty fez ao buscar o Mágico de Oz para reencontrar seu lar. E quando retornou, ela já não era mais a mesma. Era alguém muito maior do que jamais pensou em se tornar. 

Que em 2021 você embarque nesta aventura de autoconhecimento com seu pequeno(a)! Um 2021 mágico para vocês! 

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