Infertilidade do casal pode estar relacionada à obesidade

Doença pode causar perda da quantidade e qualidade dos espermatozoides
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obesidade
Imagem: Canva

Neste dia 4 de março é celebrado o Dia Mundial da Obesidade, data criada para chamar a atenção para esta doença  que afeta o mundo inteiro. E uma das consequências pouco abordadas sobre a obesidade é o fato de favorecer a infertilidade.

A médica endocrinologista Dra. Lorena Lima Amato conta que muitos casais passam por essa situação e nunca relacionam a obesidade com a causa da baixa fertilidade. Ela explica que a perda de peso, além de melhorar todos os aspectos relacionados à saúde e bem-estar, pode ser o caminho que faltava para a desejada gestação.

Mas como a obesidade interfere na fertilidade?

Em mulheres, a obesidade diminui os níveis de hormônios femininos e aumenta o nível dos hormônios masculinos. Estes levam à irregularidade menstrual, acne, pelos no corpo e ausência de ovulação. “A ovulação é processo essencial para gravidez, para garantir a fertilidade. As mulheres com obesidade, frequentemente, têm períodos de anovulação, o que reduz a fertilidade”, explica Dra. Lorena.

A especialista explica, ainda, que nos homens com excesso de peso acontece a queda dos níveis de testosterona. Essa alteração hormonal influencia na libido, podendo levar à disfunção erétil e disfunção dos espermatozoides, tanto em quantidade como em qualidade.

Homens e mulheres conseguem reverter essa causa da infertilidade com a perda de peso. “Vejo pacientes tentando várias estratégias medicamentosas e tratamentos médicos para engravidar, mas nunca relacionam a infertilidade com o excesso de peso. Perder peso, além de melhorar a qualidade de vida como um todo, pode ser a solução do problema do casal”, comenta Dra. Lorena.

Sobre a obesidade

“O controle do peso é muito importante no tratamento da obesidade. Não é uma questão estética, mas sim do controle da doença em cada paciente”, alerta o Dr. Flávio Pirozzi, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).

A obesidade é uma doença crônica e, se não tratada corretamente, pode levar a outros problemas de saúde como pressão alta, diabetes, colesterol, eventos cardiovasculares e infertilidade. Está relacionada com cerca de 13 tipos de câncer, além de ser um risco maior em caso de contaminação pelo novo coronavírus.

“Não existem milagres nem metas mirabolantes. Cada paciente é único e nosso olhar deve ser para sua saúde, não para parte estética. Quando o paciente consegue alcançar um resultado de perda de 10% do peso, por exemplo, isso é muito importante e traz enormes resultados na saúde. Por isso, é fundamental subir na balança”, pontua o endócrino.

 

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