Desconexão

Por Luciana Santos Tardioli
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Imagem: Canva
Imagem: Canva

Meu filho completa, em abril, 5 anos.

É só agora, muito timidamente eu diria, começo a me reconectar comigo mesma.

Vivemos num mundo hiperconectado, algo que foi ainda mais acelerado com a pandemia. Estamos com nossos smartphones pra cima e pra baixo, as vezes participando de uma Conference call no home office, via notebook, e olhando algo no celular ou mesmo respondendo a um e-mail: quem nunca?

Fato é que a hiperconexão digital somada a forma como fomos criados por uma geração de outra época – para sermos obedientes, para calarmos nossas demandas e não incomodarmos muito nossos pais, para sermos bons alunos e tirarmos boas notas no esquema decoreba (fala sério, não lembro de 1/3 do que eu decorava e quase sempre tirei 10, ou seja, cadê a reflexão, a assimilação?), enfim… – soma-se a isso tudo aquela loucura de ser mulher na sociedade patriarcal e pronto:

BUMM. Explodiu a cabeça.

Ainda que você seja uma pessoa de natureza pacífica e cordata, em dado momento as suas necessidades pessoais, os seus desejos e sonhos ou simplesmente a sua vontade de não ter TANTA responsabilidade como a maternidade traz, vai gritar dentro de você. E sabe o que vai acontecer?

Você vai gritar com seu filho. Vai perder a paciência com as demandas dele. Quiçá vai ser aquela mãe que você nunca quis ser: sempre irritada, controladora, que ameaça, que fala que vai dar chinelada (quando não dá), que diz que o brinquedo vai para o lixo etc etc etc… e “de repente” pronto: a doce mãe virou a bruxa.

A necessidade de nos reconectarmos à nossa essência é urgente. Como diz a diva Maíra Soares, do @cantomaternar, “só vamos aprender a escutar nossos filhos quando aprendermos a escutar a nós mesmas”. E isso, pelos motivos que mencionei acima e tantos outros, é difícil pra caramba.

Entramos no piloto automático da vida e ele não é legal. Ele não é amoroso, ele não acolhe as dores, nem da criança e nem as suas, posso te garantir. Mãe dolorida fere. Criança ferida vira adulto com criança interior ferida e que vai ferir outros num ciclo horroroso.

Bora tentar cortar isso?

Nenhum caminho é fácil, mas o caminho da dor diária também não é, então acho que é mais inteligente e produtivo tentar buscar alternativas.

Aqui eu poderia enumerar algumas. Mas preciso ser muito honesta: cada um tem que trilhar o seu caminho de autodescoberta.

Creio eu que um caminho “universal” é, quando estiver prestes a explodir ou se der conta de que estamos todos muito infelizes neste lar e que não faço a menor ideia de quem sou eu ou do que eu gosto ou do que quero da minha vida além de ser mãe, é tomar um ar e pedir ajuda.

A si mesma.

Olhar a situação, olhar a si mesma e pensar: preciso me reconectar.

À minha essência, descobrir quem sou eu ou quem gostaria de me tornar e traçar uma rota para isso: terapia, livros, conversas com amigas, grupos de mães, academia, Tarot, tudo isso combinado e muito mais, não sei! A reconexão é sua.

Se tenho algo que desejo profundamente em 2022 a todos, homens inclusive, é a reconexão. Pessoas que se conhecem, que cultivam o autoconhecimento e o amor-próprio… ah… que lindo seria!

Boa reconexão pra você!

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