Com a pandemia de Covid-19, qualquer espirro ou sinal de problema respiratório é motivo de pânico. Então, como distinguir uma gripe ou alergia do temido novo coronavírus?
A pediatra Dra. Flávia Oliveira, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria, explica que é importante ter uma avaliação médica para ter o correto diagnóstico e indicação da conduta a ser adotada em cada caso, seja gripe, resfriado, rinite, Covid-19 ou bronquiolite. “Infelizmente a maioria dos casos de doenças respiratórias têm seu início muito parecido, o que ressalta ainda mais a necessidade de acompanhamento e afastamento da criança de suas atividades habituais”, diz a médica.
Confira, a seguir, algumas características de cada enfermidade:
• Gripe: causada pelo vírus Influenza, tem início normalmente súbito, acompanhado de febre e sintomas generalizados, como dor no corpo e mal-estar. Pode vir acompanhada de dor de garganta, tosse e coriza e evoluir para quadros de insuficiência respiratória.
• Resfriado: é causado por vírus como rinovírus, adenovírus e coronavírus. “Aliás, a família do coronavírus é a segunda maior causa de resfriados, o que pode explicar em parte o fato de as crianças estarem apresentando quadros mais leves e assintomáticos em 90% dos casos, devido à imunidade cruzada”, conta Dra. Flávia. Provoca quadro pouco comprometimento do estado geral e mais sintomas respiratórios como coriza, congestão nasal e tosse.
• Bronquiolite: é causado por vírus como VSR (vírus sincicial respiratório) e rinovírus. O início é parecido com o resfriado, podendo evoluir para comprometimento pulmonar, resultando em broncoespasmo (chiado) e, às vezes, em dificuldade para respirar. “O quadro costuma ser mais grave em bebês menores de um ano e, especificamente nos menores de seis meses, a atenção deve ser maior. Uma característica importante é que no terceiro dia de evolução ocorre piora do quadro”, reforça.
• Covid-19: os sintomas são inespecíficos, como febre, tosse e dor de garganta. Algumas crianças apresentam dor abdominal e diarreia. Diferentemente dos adultos que relatam perda de olfato e paladar, em crianças, principalmente as menores, esse dado fica mais restrito. “Em torno de 90% dos casos são leves ou assintomáticos. Os 10% restantes acometem mais crianças com alguma doença de base ou os menores de um ano. A obesidade, assim como nos adultos, também é um dos principais fatores de risco para complicações”, orienta a pediatra.
• Rinite: quadro alérgico com fatores desencadeantes de acordo com cada paciente, como poeira, mudanças climáticas e contato com animais. Não tem febre ou comprometimento do estado geral.
• Sinusite: quadro infeccioso que pode ser viral ou bacteriano. Costuma ocorrer após quadro arrastado de resfriado ou de uma crise mais importante de rinite. Os sintomas incluem tosse por períodos prolongados, principalmente à noite, com ocorrência de secreção por trás da garganta, que gera irritação. A avaliação médica irá determinar a necessidade ou não de uso de antibióticos.