Faz uns seis anos que uma amiga minha desabafou comigo que estava muito chateada com seus dois filhos adolescentes, preocupada com o futuro deles como adultos, em função de algumas atitudes deles que a deixaram profundamente triste. Escrevi pra ela a seguinte cartinha:
Querida Larissa,
Sei que hoje você pode não acreditar no que eu vou te dizer. Mas você pode ter certeza disso: você está fazendo um bom trabalho como mãe. Bom não, ótimo!
Você é uma mãe dedicada, que se preocupa com o caráter que seus filhos terão no futuro, quando forem adultos. E isso vale muito. É algo que não se mensura, algo subjetivo. Mas que quando o tempo passar, você vai olhar para trás e ver que sim, você fez um excelente trabalho.
Tenho certeza de que seus meninos ainda vão te dar muito orgulho. Eles vão crescer, vão amadurecer, vão enxergar tudo o que você fez e faz por eles. Vão se arrepender dos erros que cometeram. Mas você precisa dar um desconto, agora… Eles ainda são imaturos. São como frutas ainda “verdes” que não podem ser colhidas do pé. Eles estão na fase de testar os seus limites.
Eles vão até onde acham que conseguem, como se estivessem esticando um elástico até ele se quebrar. Ou enchendo uma bexiga até ela estourar.
Sinceramente? Não acredito que ações intempestivas terão algum efeito. Mas acredite: seus filhos estão atentos, sim, a cada ato seu, a cada palavra sua. Tudo isso será processado internamente e terá um efeito, positivo, tenho certeza absoluta, daqui a alguns anos.
O fato de eu ter mais idade que você não me credencia a nada. Também tenho dúvidas (muitas) e também não sei qual a melhor maneira de agir e muito menos de sentir. Cada um sabe a dor e a delícia de ser quem se é… parafraseando o poeta… Mas eu vivi mais anos, sim…. E tenho a felicidade de constatar hoje, que eu pensava e me sentia exatamente como você hoje, no passado não tão distante…
Tinha dúvidas de quem viriam a ser esses meus filhos, que, de repente, se tornaram uns perfeitos desconhecidos, com atitudes estranhas, egoístas, nada a ver com a educação que a gente pretendia dar a eles….
Pois é…. Mas meu filho aos 24 anos (mesma idade em que eu fui mãe dele) se tornou o pai da Helena – e assumiu a filha 100%. Ele é um paizão, presente, preocupado com a filha dele de um jeito que me enche de orgulho. E o que a gente discutia quando ele era adolescente, você nem faz ideia…
Minha filha já é diferente. Antigamente iam dizer que ela tem “bicho carpinteiro” e só os antigos entenderão essa expressão. Ela quer conhecer o mundo, tem rodinhas nos pés e provavelmente já conhece mais países do que eu. Ainda não fiz as contas. Mas com a minha idade, certamente ela terá conhecido pelo menos o dobro de países que eu. Ela também me enche de orgulho. Ela se importa com os menos favorecidos, é vegana… E eu acho isso lindo!
Não digo isso para me exibir, mas eu sinceramente gostaria que você se lembrasse dessa carta daqui a uns… digamos 10 anos. Tenho certeza absoluta de que você também terá motivos para se orgulhar dos seus dois então rapazes.
Ah, sim… Para finalizar, segue a minha dica: nos momentos mais críticos, lembre-se de pedir ajuda ao Plano Espiritual (Deus, Universo, ou na Energia Cósmica, Inteligência Superior…) para iluminar a mente e o coração dos seus pequenos. Prece de mãe tem uma força danada!