Virei mamãe na gringa

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Imagem: acervo pessoal da colunista
Imagem: acervo pessoal da colunista

Eu nunca quis ser mãe, ao mesmo tempo que eu nunca não quis ser mãe. Sempre senti que aconteceria, estava no meu destino e, por isso, nunca me preocupei com essa questão.

Outra coisa que sempre senti, desde criança, é que eu casaria e seria com alguém “diferente”. Pelo menos, diferente da minha realidade. Esta pessoa seria: ou rico ou famoso ou estrangeiro. Não sei explicar, mas eu realmente sabia que seria um desses e confesso que torcia para que fosse os três juntos (rs).

Desde pré-adolescente eu pensava em fazer um ano do ensino médio nos EUA, o famoso High School, mas não deu. Faltou dinheiro e meus pais tinham muito medo. Mesmo assim eu nunca deixei de lado essa vontade. Segui com faculdade, trabalho e pós-graduação. Chegou um momento que me achava velha para tanto. Uma grande chefe me incentivou a não desistir e que ela havia feito intercâmbio ainda mais velha que eu. Bem, estava com 25 anos quando ouvi falar do programa de Au Pair. Para quem não conhece, é um programa oficial no qual você trabalha como babá por um ano, podendo estender para dois, na casa de uma família em alguns países, recebe uma “mesada” e tem uma carga horária para estudo. Para ser au pair você precisa ter no máximo 26 anos e 200 horas de experiência com crianças.

Eu era voluntária há anos dando aula na escola cristã do grupo espírita que eu frequentava, além de fazer voluntariado em creches. A idade estava no limite, mas era possível e fui atrás. Verifiquei os valores e fiz um plano de juntar dinheiro para pagar tudo, para levar, para deixar no Brasil, pegaria o visto com tempo hábil para pedir demissão, dando 30 dias ainda para a empresa e ficaria mais 30 dias de “férias” para terminar meu TCC e formar na pós-graduação. E foi o que fiz. Assinei o contrato em maio de 2007 e embarcaria em 8 de janeiro de 2008 para os EUA já com 26 anos.

Ainda vou falar dessa experiência, só sei que em julho desse meu primeiro ano, durante uma balada, o amigo e roommate do namorado de uma amiga brasileira, também au pair, me convidou para um “date” e eu não sei como eu não disse não. Meu “ok” foi automático.

Ele pegou meu telefone e insistiu uns dois meses para sairmos. E foi aí que eu me toquei que não queria sair com um americano ainda, pois não me sentia confortável em falar inglês com um desconhecido. Mas, ao mesmo tempo, a maneira com que ele falava comigo, com que lembrava de tudo que eu falava no telefone, pela insistência respeitosa, me fez querer sair.

Em 27 de setembro tivemos nosso primeiro encontro e nunca mais deixamos de sair. No Natal de 2008 fui conhecer a família dele. Em junho de 2011 ele me pediu em casamento. E em apenas 13 dias casamos no civil, na presença dos pais dele. Era para ser segredo, pois marcamos para outubro do ano seguinte uma festa de casamento com padre e todo o figurino, e também para ter meus pais, minha irmã e algumas amigas aqui. Mas o pai do meu marido mandou um e-mail para os cinco irmãos dele (sim, ele tem três irmãos e duas irmãs mais velhos) e imagino que todo mundo achou que eu estava gravida pela surpresa.

Mas não… nosso primeiro filho chegou só em dezembro de 2015 e nosso segundo em maio de 2019. E foi assim que eu virei mamãe na gringa J

Estou muito feliz de ter esse espaço para contra minhas aventuras nos EUA, as diferenças do maternar aqui e no Brasil, e ficarei feliz em ter um feedback de vocês sobre o texto e também sobre temas que queiram ler. Fiquem à vontade para me mandar um e-mail para rafaela.andre@gmail.com e me sigam no IG, que divido com uma amiga, o @mamaesdegringos.

 

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