Todo Dia das Crianças é a mesma coisa: os pais correm para comprar os presentes pedidos pelos filhos. E muitas vezes isso significa, inclusive, deixar a conta no vermelho. Por isso, neste ano de pandemia, nada melhor do que deixar os presentes materiais de lado e olhar um pouco para dentro.
Para tornar o Dia das Crianças mais significativo, Adriana Drulla – mestre em psicologia positiva e especialista em parentalidade consciente – elencou para o iMom três presentes que não custam nada e podem fazer a diferença na formação dos filhos.
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Criação de vínculos
Os pais devem aproveitar o tempo a mais para criar vínculos verdadeiros com os filhos, para que eles se sintam verdadeiramente acolhidos e tenham seus sentimentos compreendidos. Isso porque, este vínculo é um dos principais fatores que suporta a resiliência emocional da criança, que é a capacidade de enfrentar desafios de forma construtiva.
O primeiro passo para ganhar a confiança da criança é validar seus sentimentos, acolhendo o que ele está sentindo com empatia. “Não basta dizer ‘Eu amo meu filho e ele sabe disso’. O vínculo se constrói quando as pessoas compartilham experiências positivas. Brincar junto, cozinhar junto, até mesmo dividir outras tarefas de casa são exemplos de momentos agradáveis de interação”, diz Adriana.
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Autocompaixão
Aceitar as próprias imperfeições com naturalidade e abrir mão das expectativas irrealistas é importante para a resiliência emocional dos filhos. “Na minha pesquisa descobri que mães autocompassivas têm filhos mais autocompassivos, e se sentem mais competentes no seu papel de mãe”, explica a especialista.
A autocompaixão significa adotar uma postura gentil com relação a si mesmo. Ou seja, dar para si o que precisa em um momento difícil, seja um banho demorado ou pedir ajuda para alguém para poder relaxar. Quando os pais se cuidam e são mais gentis consigo mesmos, os filhos também se beneficiam. Eles aprendem a ser autocompassivos pelo exemplo, e têm um vínculo mais forte com pais e mães.
Ao abrir mão da expectativa de se ser uma mãe ou pai perfeito, é possível aceitar que os filhos também têm defeitos. Dessa forma, a criança se sente aceita por quem ela é, não acha que precisa mudar para receber amor, desenvolve um autoconceito mais positivo e maior autocompaixão. “As pesquisas mostram que as crianças que têm maior dificuldade para lidar com os próprios erros, e que enxergam as limitações pessoais como sinal de que há algo errado com elas, tendem a se deprimir e desenvolver outros problemas emocionais com maior frequência”, completa Adriana.
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Escuta Compassiva
Para entender um filho é importante reservar um tempo para ouvir o que ele está sentindo. E uma forma de fazer isso é por meio de uma escuta com aceitação e sem julgamentos, em que o outro pode se expressar com sinceridade, sem preocupação com a desaprovação.
Uma escuta compassiva acontece do pescoço para baixo. Isso significa que quem escuta não fala, apenas se disponibiliza a escutar o outro, ao mesmo tempo que presta atenção às próprias emoções, e como elas se expressam no corpo.