Ser mãe de 3 é ter 3 filhos únicos

Por Chris Larroudé
Facebook
WhatsApp
Pinterest
Email
Print
Imagem: Canva
Imagem: Canva

Muitas pessoas me perguntam como é ter mais de um filho. Mães que estão pensando engravidar do segundo filho ficam em uma grande angústia. Será que vão amar o segundinho da mesma forma que o primogênito?

Eu mesma passei por essa ansiedade. E posso garantir: a expressão ´coração de mãe sempre cabe mais um´ é muito real. O amor se multiplica e na hora que a gente vê o amor entre eles, o amor se torna exponencial.

Mas falando do lado menos romântico dessa equação, ser mãe de 3 é bem desafiador. Mais ainda quando o intervalo entre eles é grande. O Gabriel tem 21 anos, o Raphael tem 8 e o Nicolas tem 3. São fases muito diferentes… em tudo.  É preciso estar no modulo ´maternidade ON´ o tempo todo. Às vezes literalmente 24h. Já houve ocasiões que acordamos para buscar o Gabriel na balada e já seguimos para tomar café e cuidar dos menores e vida que segue… Ou seja, ter 3 filhos não tem ganho de escala. Na verdade é como criar 3 filhos únicos.

Digo isso porque desde pequenos conseguimos ver os traços individuais de cada um. O Gabriel sempre foi mais individualista, gosta do espaço dele, do quarto dele, ele é mais reservado. Já os dois menores adoraram ficar em cima da gente, na nossa cama, no colo – quanto mais empilhado, melhor.

O Raphael é mais emotivo, sensível. É carinhoso, inteligente, divertido. Mas muito independente e criativo. Pode ficar horas brincando no mundo da imaginação. Todos objetos da casa viram brinquedos na mão dele.

Já o Nicolas é mais impulsivo – tudo nele é intenso até a forma que abraça e enche a gente de beijo. Ele adora ficar grudado, adora um colinho mas também é bem genioso e está naquela fase de testar limites.

E porque tudo isso é importante? Por que exige da gente um ajuste muito grande na forma de educar, de abordar e de conviver com cada um deles. E como fazer isso, na rotina corrida do dia a dia? Eu, por exemplo, tenho criado pequenos rituais de conexão com cada um. Afinal também não dá para ajustar tudo o tempo todo para o gosto de cada um.

Por exemplo, estava sentindo o Gabriel muito distante da gente. É óbvio que com 21 anos ele não quer fazer programa de criança, né? Então criamos um momento só nosso: 3x por semana vamos correr logo cedinho. Além de ser uma maneira gostosa de manter a nossa saúde, é um momento gostoso de troca, de conversa. Sobre tudo e sobre nada.

Já o Rapha curte muito nosso momento antes de dormir. Depois do jantar, do banho, e de tudo, ele vem para minha cama e vamos ver o nosso ´um desenho´ – ele pode escolher um desenho ou um episódio de uma série, e assistimos juntos, ele encaixadinho em mim, muitas vezes comendo um chocolatinho. É um ritual super importante, de reconexão, de proximidade e de amor.

Com o Nicolas descobrimos juntos um grande prazer. Recentemente compramos uma rede. Eu sempre amei. E qual não foi minha surpresa, desse pitico também gostar? No fim de semana temos ficado muito tempo assim, ´namorando´ na rede, às vezes lemos um livrinho, ficamos vendo desenhos nas nuvens ou apenas ficamos conversando.

Esses são apenas alguns exemplos, conheço famílias que fazem um ritual separado com os filhos – o dia do almoço do filho mais velho com o pai ao mesmo tempo que a mãe está com o menor. E depois inverte.  Essas famílias comentam que esses momentos de conexão individuais são muito precisos e ajudam as crianças a se sentirem mais compreendidas em suas personalidade e valorizadas. Confesso que ainda não tentei. Gostamos muito de estarmos todos juntos. Mas quem sabe mais para frente possa ser útil?

Enfim, não tem formula certa, mas uma coisa é bem verdade. É uma aventura, e fica muito mais fácil e gostoso quando a gente troca experiências com outras mães. E você? Tem mais de um filho? Idades diferentes? Como é ai na sua casa? Conta para a gente!

Artigos relacionados