Os benefícios da acupuntura vão muito da diminuição de dores, tratamento de disfunções psíquicas, hormonais e físicas. A técnica da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), que promove o equilíbrio energético por meio de aplicações de agulhas, sementes, laser e até pastilhas de silício, também tem se mostrado uma excelente ferramenta dentro de tratamento multidisciplinar, para promover bem-estar e estimular o desenvolvimento físico e cognitivo de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e com síndrome de Down, segundo o acupunturista, Marcelo Stehling, que há mais de 20 anos atende pacientes neurodivergentes.
O Transtorno do Espectro Autista se refere aos distúrbios no desenvolvimento neurológico, caracterizado por algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicação e na linguagem. “Registros da Medicina Tradicional Chinesa mostram que o autismo já era tratado há mais de 5 mil anos. A patologia é descrita como a Síndrome dos Cinco Atrasos, cujas características seriam associadas ao desequilíbrio energético dos órgãos e vísceras – baço-pâncreas, rins, fígado e coração”, explica o acupunturista.
Em pessoas com autismo que apresentam sensibilidade à dor e ao toque, os pontos podem ser estimulados com as pastilhas de silício ou laser. Entre os benefícios verificados com as aplicações, Stehling destaca a redução de muitos sintomas característicos, maior tolerância a ruídos, noites de sono menos agitados, diminuição da enurese noturna, redução da fala repetitiva e estereotipias. “Ao deixar o paciente mais calmo, a acupuntura, juntamente com a orientação médica, pode inclusive ajudar a reduzir a dosagem de medicamentos psiquiátricos”, afirma o terapeuta.
No caso de crianças com Síndrome de Down, a acupuntura sem agulha, como a stiperterapia, auxilia no tratamento de doenças respiratórias e cardiopatias, muito comuns nas pessoas com a síndrome. Segundo Stehling, também foram constatados outros benefícios como a redução na salivação excessiva (sialorreia), melhora do tônus muscular (hipotonia) e ganho de altura, além da melhora da fala e da concentração, que contribui para o aprendizado.
“A intervenção precoce é a melhor forma de se obter os melhores resultados. A importância de um bom diagnóstico é fundamental associada a uma equipe multidisciplinar. A acupuntura sem agulha pode ser ministrada em bebês e, inclusive, em gestantes”, aconselha Stehling.