Luzes de Natal

Por Vanessa Leão
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Imagem: arquivo da colunista
Imagem: arquivo da colunista

Quando eu vejo as luzes de Natal pelas ruas, sinto mini momentos de paz em meio ao caos. Inundam minha mente lembranças dos natais na casa dos meus avós. Família reunida, mesa farta e conversa noite adentro.

Lembro que meu avô sempre me chamava no quarto dele para escolher a boneca que eu ia querer, antes de colocar na árvore o presente de todas as primas. Posso sentir o cheiro do arroz da minha vó. Ela fazia um arroz papinha com nozes e muita cebola picada que derretia na boca. Também amava o seu manjar branco.

O Natal era a data mais esperada do ano. De troca intensa de afeto. Amor de família. Laço de sangue. Lembro que a gente brincava até tarde no quintal, enquanto as mães preparavam a ceia e depois fazíamos fila para tomar banho.

Colocava vestido de festa, laço de fita, sapato boneca e passava perfume para estar bem bonita na ceia. Ficava pensando se tinha sido uma boa menina e sempre pegava no sono esperando o Papai Noel chegar.

No outro dia, desembrulhava meus sonhos que estavam guardados em caixinhas e tinham forma de bonecas. Quando eu via as luzes piscando na árvore de Natal, sentia paz e deslumbramento. Eu já via beleza nas pequenas coisas e vivia intensamente o momento, não tinha ideia do que era o caos.

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